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Estado confirma atraso no repasse de informações dos municípios do RS sobre casos de dengue


Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde, Ministério da Saúde e municípios como Porto Alegre e Canoas apresentam diferença de mais de 1 mil registros

Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul (Cevs) confirmou, nesta sexta-feira (12), que há atraso no repasse de informações dos municípios sobre casos de dengue no RS. A alegação é de que, apesar da obrigação por parte das prefeituras em realizar as notificações, isso não vem ocorrendo no prazo adequado. Com isso, há divergência nos dados informados pelo Estado e algumas cidades, como Porto Alegre e Canoas, na Região Metropolitana, por exemplo.

Conforme o Cevs, há prazos estabelecidos para que os municípios notifiquem suspeitas e mortes por dengue. Para casos suspeitos, o limite é de 72 horas, enquanto óbitos devem ser notificados nas primeiras 24 horas após o ocorrido. O Departamento afirmou que há diálogo entre Estado e as prefeituras para garantir as condições necessárias às equipes de vigilância em saúde.

Até o momento, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) registra 58.805 casos confirmados e 69 óbitos. Os números representam um recorde na série histórica do Rio Grande do Sul.

Diferença nos dados

Segundos os painéis do Ministério da Saúde (MS) e da SES, Porto Alegre possui, respectivamente, 542 e 561 casos registrados de dengue. Já os dados municipais informam 1.526 diagnósticos positivos da doença.

Em Canoas os painéis informativos do Ministério da Saúde e da Secretária Estadual de Saúde afirmam que há 718 e 729 casos confirmados, respectivamente. Já o município aponta 2.269 notificações.

De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica, o Estado só tem acesso às informações quando estas são lançadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), gerido pelo órgão federal. A chefe da vigilância epidemiológica do RS, Roberta Vanacor, explica que cabe ao Estado fiscalizar e cobrar as notificações por parte das cidades, mas que há dificuldade no repasse de informações por conta do alto número de contaminações pela doença.

— Isso, obviamente, vai sobrecarregar as equipes de vigilância epidemiológica dos municípios, no sentido de lançar essas notificações em tempo hábil. Então, a gente entende que há esse delay, mas é uma obrigação do município lançar essas notificações no sistema oficial — afirmou.

— Estamos fazendo interlocução com os gestores dos municípios no sentido de realmente dar condições à vigilância epidemiológica de que ela consiga executar o seu trabalho na sua plenitude, porque não é só lançar fichas. A gente teve um repasse financeiro importante do Estado — apontou Roberta.

Capital aponta dificuldades com o sistema

A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, por meio da diretora de Vigilância em Saúde, Evelise Tarouco, apontou o atraso das notificações ocorre porque o sistema ofertado pelo Ministério da Saúde, o Sinan, ainda não é centralizado, o que amplia a dificuldade no repasse de informações ao Estado, pois os agentes epidemiológicos precisam fazer os registros manualmente.

— O Ministério da Saúde ainda não disponibilizou, e a gente não sabe quando irá disponibilizar, uma integração entre sistemas online. A Procempa está tentando solucionar uma outra forma para que isso não seja feito todo manualmente — garantiu.

Evelise explica que para Porto Alegre contabilizar os dados dengue em tempo hábil, o município utiliza o sistema Sentinela, com o objetivo de fazer gestão dos casos de não só da doença, como de outras enfermidades.

— O Sinan não permite termos agilidade, já que é um sistema centralizado. Então, a gente tem mais de 200 serviços de saúde na cidade, isso sem contar os serviços privados. Então, com o Sentinela, nós conseguimos aumentar a nossa captação de notificações de casos suspeitos — afirma a diretora de Vigilância em Saúde da Capital.

Canoas anuncia hospital de campanha para desafogar atendimento

Com o sistema de saúde pública sobrecarregado pelo aumento de casos de dengue, a prefeitura de Canoas anunciou a abertura, até o final do mês, de um hospital de campanha que ampliará o atendimento à população e será anexo à Unidade de Pronto Atendimento Boqueirão.

A nova estrutura fica no bairro Guajuviras, região que concentra quase 20% dos casos confirmados. Em uma semana, Canoas pulou de 1.889 casos confirmados de dengue para 2.269, um aumento de quase 400 pacientes, segundo o levantamento da prefeitura.

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